16/06/2012













Ao discutir a pauta a respeito dos fatos relacionados à história dos jornalistas da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil e seus vínculos com a mídia impressa secular, despertouse
a curiosidade em resgatar o que a imprensa secular produziu a respeito dos adventistas; que assuntos alimentaram a mídia quando lhes oportunizou esse espaço, e como a Igreja reagiu diante das notícias negativas e boatos preconceituosos propalados pela imprensa escrita. Além do papel desempenhado pelos líderes eclesiásticos e comunicadores na Igreja, sublinhou-se a relevância de se conhecer que temas os até então raros profi ssionais adventistas de imprensa abordaram na mídia secular; o que redigiram quando aproveitaram as brechas para a divulgação da Igreja e de um diversifi cado estilo de vida; que difi culdades enfrentaram diante da crescente
secularização da sociedade; de que forma a Igreja reagiu à presença desses profi ssionais; e como esses analisam a comunicação na Igreja hoje e quais são suas propostas para o aperfeiçoamento deste setor.

A divisão histórica proposta no primeiro capítulo recebeu a corroboração das pesquisas da jornalista Fabiana Bertotti e do doutor Vanderlei Dorneles.1 Apesar disso, este material não pode ser considerado um produto acabado em si, face às dificuldades encontradas conforme se explica em seguida.
As entrevistas com profissionais adventistas e pastores que trabalharam ou atuam na comunicação constataram o primeiro embaraço: a Igreja praticamente não tem memória. Isto se evidenciou quando da pesquisa junto ao pastor Irineo Koch, então diretor de Comunicação da sede sul-paranaense dos adventistas (Associação Sul-Paranaense), se ele poderia apresentar recortes de periódicos com a Igreja como notícia.
Koch respondeu que, por uma falha grave, não guardaram os jornais que saíram as notícias locais.2 Em geral, os relatos desta matéria se baseiam na história oral, dependem da lembrança de cada entrevistado, às vezes imprecisa, ou contraditória. Exemplo disso o pastor Roberto Doehnert, 88 anos, narra, falando do dia em que sua família virou notícia em um jornal paulistano.
Todavia, nem ele nem a mulher lembram o nome do jornal e a data da publicação. Mas outros fatos eles conseguem decodificar dos arquivos da memória. Doehnert se entusiasma ao citar os artigos de Arthur Valle publicados todos os domingos na Gazeta do Povo, de Curitiba, quando este respondia pelo Departamento de Relações Públicas da antiga Associação Paranaense. Mais animado, de repente surge outra lembrança para Doehnert: o Congresso Jovem realizado em 1956, na Quitandinha, antigo hotel-cassino próximo a Petrópolis. “Eu sei que houve um flash da imprensa, só que eu não guardei nada”, confessa Doehnert.3 Ele recorda que o quarteto Bando da Lua cantou no congresso, uma participação de não-adventistas. Uns criticaram isso, mas eles satisfizeram expectativas e gostos dos participantes. A harmonia deles chegou a receber elogios.
Este trabalho resulta mais de um esforço de jornalismo investigativo do que de uma pesquisa científica, apesar dos complementos teóricos presentes ao longo do texto. Para tanto, foram entrevistadas 41 pessoas, in loco, por telefone ou e-mail. Outras vinte tentativas se frustraram, levantando nova constatação: a de que muitos comunicadores ainda não se habituaram ao uso de e-mail, ou de, pelo menos, dar retorno aos contatos e recados deixados com secretárias. Assim, a ausência de muitos nomes e sua importância na história da comunicação adventista não poderá ser contestada. Cerca de quinze horas gravadas em fitas cassetes estão conservadas, cujo conteúdo passou pelo processo de decupagem e edição. Nem todo o áudio poderá ser ouvido, pois existe o compromisso ético de preservar a integridade moral das fontes, já que foram feitas severas críticas ao atual modelo de comunicação adotado pela Igreja. Isto não significa que o material ora exposto sofreu alterações ou omissões. Apenas se deseja impedir a possibilidade de intrigas e retaliações, instigando tão somente a análise e o surgimento de perspectivas viáveis ao aperfeiçoamento da comunicação na Igreja.
Dentre todos os nomes pesquisados, três deles se tornaram unânimes no conceito da esmagadora maioria dos comunicadores e jornalistas: Roberto Azevedo, como o pioneiro desbravador das redações na mídia secular; Arthur Valle, como o primeiro adventista diplomado em Comunicação Social/Jornalismo; e Elon Garcia, como o mais experiente profissional, ainda em atividade, com 58 anos de trânsito nas redações e agências de publicidade, e de colaboração com a Igreja.
A hipótese de que o primeiro jornalista adventista a atuar na mídia secular teria sido Emílio Doehnert, não se comprovou. Emílio, pai de Roberto, exerceu a função de tipógrafo, e não de jornalista, no periódico Die Zeit (O Tempo), em 1921, quando ainda existiam muitos jornais em língua alemã na capital paranaense. O veículo pertenceu à família do empresário Max Schrape, proprietário da Impressora Paranaense, indústria de embalagens, algumas delas muito conhecidas, como a caixa amarela dos chocolates Garoto e os pequenos invólucros das lâminas de barbear Gillette.
Emílio começou a trabalhar em jornal aos 14 anos de idade, em 1910. Em 14/4/1912, no Der Beobachter (O Observador), ele teve o privilégio de compor a notícia do naufrágio do Titanic.4 Emílio só se batizou em 1917. Este jornal de língua alemã defendia os interesses da comunidade luterana, representada pelo Collegio Alemão. O historiador João Marcassa descreve os embates pedagógicos entre os educadores luteranos e os professores do Collegio Internacional, dos adventistas: “O sistema de ensino usado pelos adventistas no Collegio Internacional suscitou uma disputa com o Collegio Alemão, defendido pelo jornal Der Beobachter.” Com o objetivo de conhecer seu contexto, recorreu-se à Biblioteca Pública do Paraná, arquivos de jornais e ao Museu da Memória, mas nada se preservou dessa época.
Discursos apologéticos entre religiosos se tornaram um marco na história do Paraná desde a chegada dos primeiros imigrantes europeus.
Os historiadores Wilson Martins, David Carneiro e Ruy Wachowicz analisam esses fatos, sobressaindo-se a troca de farpas entre os jornais O Dezenove de Dezembro e O Municipal. O primeiro, defendendo o bispo de Curitiba, e o segundo, o pastor da Primeira Igreja Batista.
Contudo, isso serve de estímulo para se aprofundar essa pesquisa e apurar a veracidade e importância desses acontecimentos como antecedentes no surgimento de uma cultura adventista local mais aberta ao ramo da comunicação.


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